segunda-feira, 9 de junho de 2008

Desafiando Gigantes

Algumas coisas na nossa vida não acontecem por acaso, nem tão pouco são obras do destino e sim são Providência. Há algum tempo meus medos e inimigos interiores se agigantaram diante de mim. Muitos sonhos e projetos estagnaram ou desmancharam, e viver cercada por uma gigantesca muralha de problemas, aparentemente insolúveis, passou a ser um drama diário.

É desolador acordar todas as manhãs, olhar em volta e não saber que rumo tomar, por mais que se saiba o destino aonde se quer chegar. É como uma grande muralha que não nos deixa ver o horizonte nem o caminho certo a tomar, a única saída é o Alto, mas na nossa obsessão pelo horizonte distante esquecemos de voltar nossos olhos pra lá.

No último sábado, em mais uma manhã, em apenas mais uma manhã, uma pequena discussão familiar levou-me a pronunciar palavras de dúvida sobre as coisas do Alto, mas o dia seria longo… Já havia combinado dias antes sair à noite com uma amiga, mas no meio da tarde o programa mudou e em seu roteiro foi incluída uma sessão de cinema em sua igreja. Até então tudo parecia normal: filme, pipoca… Mas os acontecimentos tomaram um rumo diferente.

O filme a que assistíamos, Desafiando Gigantes, contava a história de um homem que vivia dia após dia encarando fracassos pessoais e profissionais (qualquer semelhança, talvez não seja mera coincidência). Seus problemas eram gigantes, mas eles tomou coragem e olhou para o Alto e de lá obteve sua resposta. Resposta esta que é a que todos queremos: qual o caminho certo seguir.

A resposta obtida por ele é tão simples que muitos de nós imaginamos que já a pratica. A arma, a estratégia para vencer os gigantes é a oração a Deus, não só nos momentos reservados para a oração, mas sim aplicá-la em todos os gestos, palavras, trabalhos, conversas, no dia e na noite.

O que aconteceu naquela noite foi uma resposta ao medo que sinto dos meus gigantes. O dia poderia ter sido como outro qualquer, mas a Providência Divina me levou até lá para que eu entendesse que gigantes sempre vão existir, mas que só depende de mim e da minha oração sincera permitir que Deus vá a minha frente transformando-os em anões, que não podem me causar medo e muito menos me vencer.

Sempre tem alguém que diz que nossos medos, nossos gigantes são do tamanho que nós os fizermos, só que isso só faz sentido e passa ser uma verdade absoluta quando o próprio Deus nos diz. Sim, Ele nos diz isso o tempo todo, só que nós não fazemos o silêncio necessário para ouvir sua voz, e continuamos temendo os gigantes. O silêncio que nos permite ouvir a voz de Deus se faz na oração, e graças a Ele que me levou até a igreja no sábado pude silenciar e ouvir sua voz. Amém.


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(¸.•´ (¸.•` Glaucia Ramos

"Vou sair pra ver o céu,
vou me perder entre as estrelas"
(Busca Vida, Paralamas do Sucesso)




Olhar para o céu é um exercício que sempre me deixou fascinada. Lembro-me especialmente de uma vez em que estava em Rondônia, num mato-sem-fim, e a única luz que se via em volta era a que descia do céu. Era DIVINO, aquele tapete de estrelas que me convidava a caminhar pelo infinito. Debruçada na janela via como que aquele imenso céu que caía sobre a mata me permitia sonhar.

O tempo passou. Alguns anos depois estava eu novamente com uma janela que me dava um enquadramento especial do céu. Era um pedaço tão mínimo, mas tão meu, que causava inveja a todas outras moradoras do 301 B. Adendo: Fui uma privilegiada no quesito quarto de república. Meu espaço era 100% meu. Até por que só cabia minha cômoda e minha cama, que foi instalada abaixo da janela.

Todas as noites ao ir me deitar, me perdia entre as estrelas. Era o momento de reflexão do dia. Às vezes, não acreditava que eu, Nina, estava ali. Era incrível aquele momento!

Tinha também, os momentos matutinos de olhar pela janela e ver o céu. Era o momento da decisão do dia. Quando acordava, dependendo do dia da semana, vinha a inevitável pergunta: Vale a pena perder este sol lindo, com uma aula de Gentilli, Brittes e Cia Ltda? Ou, se estivesse chovendo: Encarar esta chuva pra quê?

Não gostava de perder aulas, mas me deixei levar várias vezes por aquele céu, e ia parar na praia ou no parque que havia perto de casa, ou ficava em casa mesmo. Nunca me arrependia da decisão.

Hoje não tenho mais esta escolha, a vida me trouxe outras possibilidades. Não tenho mais aquela janela e nem aquele enquadramento do céu. Minha janela mudou, meu céu está maior.