segunda-feira, 9 de junho de 2008

"Vou sair pra ver o céu,
vou me perder entre as estrelas"
(Busca Vida, Paralamas do Sucesso)




Olhar para o céu é um exercício que sempre me deixou fascinada. Lembro-me especialmente de uma vez em que estava em Rondônia, num mato-sem-fim, e a única luz que se via em volta era a que descia do céu. Era DIVINO, aquele tapete de estrelas que me convidava a caminhar pelo infinito. Debruçada na janela via como que aquele imenso céu que caía sobre a mata me permitia sonhar.

O tempo passou. Alguns anos depois estava eu novamente com uma janela que me dava um enquadramento especial do céu. Era um pedaço tão mínimo, mas tão meu, que causava inveja a todas outras moradoras do 301 B. Adendo: Fui uma privilegiada no quesito quarto de república. Meu espaço era 100% meu. Até por que só cabia minha cômoda e minha cama, que foi instalada abaixo da janela.

Todas as noites ao ir me deitar, me perdia entre as estrelas. Era o momento de reflexão do dia. Às vezes, não acreditava que eu, Nina, estava ali. Era incrível aquele momento!

Tinha também, os momentos matutinos de olhar pela janela e ver o céu. Era o momento da decisão do dia. Quando acordava, dependendo do dia da semana, vinha a inevitável pergunta: Vale a pena perder este sol lindo, com uma aula de Gentilli, Brittes e Cia Ltda? Ou, se estivesse chovendo: Encarar esta chuva pra quê?

Não gostava de perder aulas, mas me deixei levar várias vezes por aquele céu, e ia parar na praia ou no parque que havia perto de casa, ou ficava em casa mesmo. Nunca me arrependia da decisão.

Hoje não tenho mais esta escolha, a vida me trouxe outras possibilidades. Não tenho mais aquela janela e nem aquele enquadramento do céu. Minha janela mudou, meu céu está maior.

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